Dança nas Bordas traz à cena diversidade da produção artística periférica

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Mostra de dança criada na zona sul da periferia de São Paulo chega em sua quinta edição. Evento, que tem início com cortejo do Maracatu Baque Mulher SP na Praça do Campo Limpo, é um encontro de artistas que produzem, fomentam e difundem dança nas bordas da capital paulista de forma plural e diversificada. Na programação gratuita, solos, montagem interativa, espetáculo com diálogo entre o breaking e a música clássica, além de uma leitura coreográfica para as músicas da cantora Linn da Quebrada


Com a participação de artistas que fomentam a dança, em diversos segmentos, nas regiões periféricas de São Paulo, principalmente na região sul, o DANÇA NAS BORDAS chega a sua 5ª edição. O evento acontece de 17 a 21 de agosto no Espaço Cultural CITA e no Studio de Dança Diane Sousa e traz à cena um recorte da diversidade de ações artísticas produzidas na periferia da capital paulista, além de convidados de municípios vizinhos e de outros estados do Brasil.

Idealizada pela Cia. Diversidança e com curadoria de Rodrigo Cândido, a programação totalmente gratuita conta com atividades formativas, desde rodas de conversas, exibições de videodança e a realização de oficinas, abrangendo a diversidade das linguagens em dança, além da apresentação de espetáculos de diferentes núcleos artísticos.

A mostra DANÇA NAS BORDAS começa dia 17 de agosto, quarta-feira, às 19h, com o lançamento da revista Trajetórias, que evidencia a produção das cinco edições do evento e traz colaborações inéditas em ensaios e relatos dos pesquisadores da dança Bárbara Santos, Gal Martins, Paloma Xavier, Raphael Poesia e Renan Marangoni.

Em seguida, às 19h30, a Mestra Yakekerê Joana Cavalcante, da Nação Encanto do Pina, de Recife, Pernambuco, única mulher até hoje a coordenar e apitar o batuque de uma Nação de Maracatu de baque virado, ministra oficina de maracatu. Após a oficina acontece, às 20h30, cortejo do Maracatu Baque Mulher SP, que com sua apresentação propõe a reflexão sobre o empoderamento da mulher na sociedade contemporânea e sobre as suas conquistas históricas. Os participantes da oficina poderão participar do cortejo, que vai percorrer a Praça do Campo Limpo.

Idealizador e curador do DANÇA NAS BORDAS, o coreógrafo e diretor Rodrigo Cândido explica que a 5ª edição da mostra recebeu o Prêmio por Histórico de Realização em Dança – Grupos, Companhias e Corpos Estáveis, do PROAC Expresso Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. “Ainda num cenário pós pandemia, a nova edição do evento acontece com ações presenciais, mas com algumas transmissões virtuais, uma vez, que as artes em comunhão com as plataformas digitais, desenvolveram um importante papel na sociedade, durante esse período de isolamento social”, conta ele.

Videodanças e espetáculos presenciais

A programação do DANÇA NAS BORDAS prossegue na quinta-feira, dia 18 de agosto, às 18h, com A dança para o videodança, tecendo expoentes, uma exibição de três obras em videodança seguida de roda de conversa. O Coletivo Olhares de Guiné abre as apresentações com (AN)DANÇAS: Da constância a Oscilação – Parte II, que reflete como a desvalorização da arte é iminente em nosso país e aborda os conflitos da trajetória em seguir a dança como profissão e como esses conflitos podem afetar a saúde mental dos artistas. Na sequência, o Duo Titelin, a partir da questão nunca voltaremos a ser o que éramos antes? sobre as insatisfações devido ao distanciamento social ocasionado pelo COVID-19 exibe Confusamente Nós. O Grupo Flying Low encerra o ciclo com a obra Even in the trash grows flowers (Mesmo no lixo nasce flores) sobre uma pessoa que está prestes a cometer suicídio, mas no último momento se depara com seu porto seguro, a amizade.

A partir das 20h dois solos ganham o palco do Espaço Cultural CITA. Waye, de Samuel Oorum, mostra as transformações que algumas pessoas passam, assim como as árvores, a cada mudança de estação e Efeito Borboleta, de Thiago Croft, que mostra como algumas transformações podem modificar o mundo e as estruturas sociais. Para finalizar, às 20h30 acontece o bate-papo Como cultivar espaços culturais independentes, com Dêssa Souza, Diane Sousa, Flávia Rosa e Jéssica Lima, com mediação de Cléia Varges.

A sexta-feira, dia 19 de agosto, começa com a roda de conversa A dança e a produção cultural periférica às 18h30 e participação de Nicoly Soares, Vanessa Soares, Anelise Mayumi e Paloma Xavier, com mediação de Simone Gonçalves. Logo após, às 20h30, tem apresentação do espetáculo Clássicos das Ruas, do Núcleo de pesquisa e criação Os Peculiares, de Perus. A obra de 2014 tem como cerne o diálogo entre o breaking e a música clássica composta por Bach, Beethoven e Mozart, entre outros abrindo espaço para uma discussão sobre pertencimento e exclusão, e sobre a valorização da produção artística periférica.

Já no dia 20 de agosto, sábado, às 19h, acontece a exibição de Tirem os Sapatos, um espetáculo virtual interativo, da Cia Diversidança, que será projetado no Espaço Cultural CITA, enquanto simultaneamente é transmitido pelo canal do Youtube do Dança nas Bordas. A coreografia recebeu o Prêmio Denilto Gomes de Dança, da Cooperativa Paulista de Dança, na categoria Plasticidade Cênica em Cenografia e tem como proposta colocar o espectador como um interlocutor, fundamental para as exibições das cenas. A primeira coreografia do SM Crew (Street Movement), Caminhos se apresenta às 20h e é uma leitura poética do álbum Trava Línguas da cantora Linn da Quebrada.

A edição 2022 do DANÇA NAS BORDAS termina com uma série de oficinas que serão realizadas no Studio de Dança Diane Sousa: Dança Afro-Brasileira com Carol Ewaci (10h), Danças Urbanas com Teel Santos (13h) e Sertanejo Universitário com Jéssica Lima & Lucas Blaide (15h).

Serviço:

DANÇA NAS BORDAS

  • De 17 a 21 de agosto.
  • Gratuito.
  • Programação completa e inscrições para oficinas: linktr.ee/CiaDiversidanca
  • Espaço Cultural CITA
  • Rua Aroldo de Azevedo, 20 – Jd. Bom Refugio, São Paulo.
  • Praça do Campo Limpo
  • Rua Dr. Joviano Pacheco de Aguirre, 30 – Jd. Bom Refúgio, São Paulo.
  • Studio de Dança Diane Sousa
  • Estrada do Campo Limpo, 3.416 – Campo Limpo, São Paulo/SP

Idealizador e Curadoria: Rodrigo Cândido | Produção Artística e Executiva: Simone Gonçalves | Recepção e Camarim: Lainx Dias | Técnico de Som: Alessandro Saldanha | Técnicos de Iluminação: Davi Damasceno e Jeniffer Mendes | Assessoria de Imprensa: Nossa Senhora da Pauta | Social Mídia: Viviane Lima | Designer Gráfico: Willian Santana (Aggelos Finikas) | Fotografia, Filmagem e Edição de Vídeo: Ana Guerra e Bárbara Santos (Coletivo Olhares de Guiné) | Apoio: Espaço Cultural CITA e Studio de Dança Diane Sousa | Realização: Cia Diversidança e Cooperativa Paulista de Dança.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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