Neurologista explica que a causa da enxaqueca não está no prato. Alguns alimentos podem desencadear ou piorar as crises
Cerca de 30 milhões de pessoas sofrem de enxaqueca no Brasil (aproximadamente 15% da população total). Ao contrário do que muita gente pensa, a alimentação não é motivadora da doença; a enxaqueca tem causa hereditária. Porém, substâncias presentes em alguns alimentos podem desencadear ou piorar uma crise.
A neurologista Thaís Villa, especialista no diagnóstico e tratamento das dores de cabeça e da enxaqueca, lista 5 mitos e verdades sobre a ligação entre os alimentos e a enxaqueca. Confira:
É mito que a enxaqueca pode ser causada pela alimentação. Nenhum alimento causa enxaqueca, essa é uma doença crônica do cérebro de causa hereditária.
Verdade: alimentos estimulantes podem piorar uma crise de enxaqueca. Alguns alimentos contêm substâncias que são estimulantes para o cérebro e podem tanto ser um gatilho para as crises de enxaqueca como também podem cronificar a doença, aumentando a frequência de crises, a intensidade e a duração delas. Exemplos: café, chocolate, fruto do guaraná e a erva mate.
Verdade: temperos prontos (em pó), biscoitos e salgadinhos com sal são inimigos da enxaqueca, porque contém glutamato monossódico. É importante verificar a existência de mais esse estimulante do cérebro na tabela nutricional do alimento.
Verdade: a cafeína está na maioria dos analgésicos utilizados para dor de cabeça. O uso excessivo desses medicamentos pode desencadear sérias consequências para o estômago e o intestino, além de cronificar a enxaqueca e provocar mais crises de dor de cabeça;
Mais um mito é pensar que eliminar os alimentos estimulantes é a única coisa a ser feita para evitar crises de enxaqueca. A Nutrição está dentro de um contexto de tratamento.
“Importante ressaltar: a enxaqueca não é doença de causa alimentar! É uma doença neurológica com dezenas de sintomas e a crise é o ápice dessa doença em que o paciente apresenta não somente a dor de cabeça severa, como também náuseas, vômitos, tonturas, entre outros sintomas”, explica Thaís Villa.
Tratamento
A neurologista orienta: “toda pessoa com enxaqueca deve procurar um neurologista, de preferência especialista em enxaqueca para o diagnóstico correto, e iniciar o tratamento da doença, que é complexa e tem muitas repercussões na vida do paciente. O tratamento integrado visa o controle dos sintomas e da doença”.
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