Apenas duas ocorrências do ‘golpe do amor’ foram registradas no 1º semestre de 2024; foram 25 casos no mesmo período do ano passado
O trabalho de investigação da Polícia Civil de São Paulo fez despencar os registros do chamado “Golpe do Amor”, no qual os criminosos atraem as vítimas por meio de aplicativos de relacionamento para praticar roubos, sequestros e extorsões.
Neste ano, a Delegacia Antissequestro (DAS) registrou apenas dois casos no estado. Entre janeiro e junho do ano passado, foram 25 registros. Já no mesmo período de 2022, o número total de ocorrências chegou a 58.
Segundo o delegado Fábio Nelson, uma das principais estratégias para diminuir os índices dessa modalidade criminosa foi a potencialização da investigação por meio da tecnologia. Além disso, a Secretaria da Segurança Pública promoveu reuniões com representantes de bancos e encontros semanais entre as forças de segurança e o Ministério Público, com o objetivo de entender as estratégias utilizadas pelos golpistas, como explica o delegado Fabio Nelson, da Divisão Antissequestro.
“Houve reuniões com representantes de bancos e foi criada uma agenda comum com encontros semanais no Centro Integrado de Comando e Controle unindo as forças de segurança, além do Ministério Público, para entender as estratégias usadas pelos golpistas. Depois, fomos adotando práticas contra esse crime”, acrescentou o delegado.
A partir da sinergia dos órgãos, a Delegacia Antissequestro conseguiu atacar a estrutura criminosa por trás desses golpes e, consequentemente, prender a liderança das quadrilhas envolvidas. Na sequência, os “conteiros” e os “laranjas” — pessoas que recebiam o valor extorquido da vítima — também foram alvo.
No ano passado, foram 168 pessoas presas por envolvimento nos Golpes do Amor, incluindo 25 mulheres que atraíam as vítimas para os locais dos supostos encontros, onde ocorriam os sequestros. Em 2024, já são mais de 60 pessoas detidas.
Para evitar o crime, a Polícia Civil orienta os usuários de aplicativos a tomar algumas precauções, como escolher lugares públicos e movimentados para o primeiro encontro.
A DAS de São Paulo entrou a fundo nessa modalidade criminosa e conseguiu diminuir os casos simultaneamente. Hoje, em comparação com os dois anos anteriores, as ocorrências praticamente zeraram. “Mesmo assim, ainda continuamos investigando possíveis novos casos”, finalizou o delegado.
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