Na atual conjuntura jurídica, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de adaptação às transformações advindas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Enquanto a carreira jurídica tradicional enfrenta saturação, morosidade processual e um considerável êxodo de advogados em busca de alternativas, o campo da proteção de dados emerge como uma alternativa promissora, repleta de oportunidades.
A advocacia tradicional enfrenta desafios significativos. A demora nos processos judiciais, a acirrada competição e a limitada perspectiva de ascensão profissional têm levado inúmeros advogados a abandonar a profissão em busca de novas oportunidades. O ambiente altamente competitivo e a excessiva dificuldade de se inserir no mercado e a baixa remuneração acabam por desestimular aqueles que almejam uma carreira jurídica bem-sucedida.
Desde a implementação da LGPD, o Brasil alinhou-se às melhores práticas internacionais concernentes à proteção de dados pessoais. Essa legislação emblemática ocasionou uma demanda crescente por profissionais especializados, aptos a auxiliar empresas e instituições na adequação às novas normas, evitando, assim, penalidades no âmbito judicial e administrativo.
E tem oportunidades de emprego nessa área? Sim, e não são poucas. No Brasil temos 24 milhões de empresas e, segundo a LGPD, todas elas devem estar adequadas à legislação.
Se isso não bastasse, as instituições (públicas e privadas) também precisam contratar um Encarregado de Proteção de Dados Pessoais (DPO), que é a pessoa responsável por manter a organização em compliance. Trata-se de uma função designada para garantir o cumprimento das leis e regulamentos de proteção de dados pessoais. O DPO é responsável por supervisionar e aconselhar a organização em todas as questões relacionadas à proteção de dados.
São cursos especializados que capacitam os profissionais para atuarem na implementação da LGPD, no desenvolvimento de políticas de privacidade, na elaboração de contratos, no assessoramento jurídico relacionado à proteção de dados e, principalmente, na capacitação do profissional para exercer a função de DPO.
Por Guilherme Back Koerich, advogado e fundador da Escola da LGPD
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