Brasil está entre os países com mais casos de partos prematuros no mundo e campanha reforça cuidados

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Bebês prematuros são aqueles que nascem antes das 37 semanas de gestação - Crédito: Divulgação/HC FMUSP

Desigualdade social e falta de acompanhamento adequado impulsionam índices de prematuridade no país

Novembro Roxo é o mês que lembra a população, especialmente a que planeja ou está à espera de um bebê, sobre os cuidados para evitar um parto prematuro. No Brasil, a causa precisa ser ainda mais reforçada devido aos altos índices de prematuridade. 

Segundo o Ministério da Saúde, somente em 2024, cerca de 300 mil brasileirinhos nasceram antes de completar as 37 semanas de gestação, tempo que classifica o parto como prematuro. Esse número coloca o Brasil entre os 10 países com maior número de partos prematuros do mundo. 

Para a pediatra neonatologista do Espaço Pediátrico Evoluir, Eliana Maekawa, esse índice tem relação com um pré-natal deficitário. “Somos um país em desenvolvimento, com muita desigualdade social, o que faz com que muitas mulheres não consigam fazer um bom pré-natal e consequentemente aumente os números de prematuros.  O que a gente percebe que acontece principalmente no SUS, são casos de famílias desestruturadas que não conseguem fazer um pré-natal adequado, às vezes com meninas de 15 e 16 anos já na primeira gestação, com 17, 18 já na segunda gestação e isso favorece muito o trabalho de parto prematuro. Temos muitos casos de gestação de risco, principalmente em adolescentes, gestações tardias em mulheres 40+ que têm um maior índice de prematuridade, mulheres que por diversas razões não conseguem fazer os cuidados adequados. O sistema de saúde não consegue chegar nessa população”, explica a médica.

Os bebês que nascem antes do tempo não estão preparados para o mundo aqui fora e podem ter consequências na saúde para o resto da vida. “Os riscos e problemas decorrentes da prematuridade vão depender da idade gestacional com que nascem. No caso dos prematuros extremos, que são os abaixo de 29 semanas, podem ter problemas de respiração, complicações neurológicas e problemas gastrointestinais. Há casos de bebês com sequelas por toda a vida, e alguns podem não sobreviver à prematuridade”, alerta Eliana. 

O pré-natal seguido à risca é a melhor forma de evitar o nascimento precoce e no Brasil é um direito da gestante assegurado por lei. O Ministério da Saúde recomenda no mínimo seis consultas durante a gestação, com a primeira iniciando assim que descobre ou desconfia da gravidez. O órgão coloca o pré-natal também para o parceiro. No SUS, a gestante deverá procurar a unidade de atenção básica mais próxima de sua residência para avaliação de inclusão nas consultas de pré-natal.

Eliana ainda alerta para se for possível, a família também faça o acompanhamento com o pediatra ainda na gestação. “Esse acompanhamento vai ajudar a guiar desde itens que são essenciais para compor o enxoval até preparar os pais para lidar com os primeiros dias de vida do bebê, o que diminui as chances de intercorrências nesta fase. Com isso, você já sabe o que esperar se tudo der muito certo ou quando as coisas não forem tão bem”, finaliza. 

Por Giovanna Bicalho


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br 

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