Extensas faixas de areia começam a aparecer nas margens da represa
Faixas de areia cada dia maiores. Este é o cenário que se observa nas margens da represa Guarapiranga, importante reservatório na região que abastece os bairros das zonas sul e sudeste da capital. O panorama preocupa os moradores em torno da represa, principalmente, porque as lembranças dos baixos níveis que a represa chegou na estiagem de 2014, ainda pairam na memória de alguns.
No site Portal dos Mananciais, que pertence a Sabesp, companhia de água do estado, e monitora os níveis das represas, a Guarapiranga, no dia 06/09, operava com 42,3%. Apesar de não ser a pior perspectiva já vista, a situação é alarmante devido a previsão de poucas chuvas no estado de São Paulo.
“Estamos num período mais seco desde 2013, que vai durar de 20 a 50 anos. São cíclicos de longo período, com variações multidecadal, mas esse ano em específico, está bem mais seco, a umidade do ar está muito baixa, a evaporação é maior, o consumo também aumenta por causa do calor, então o reservatório tende a diminuir até o início das chuvas. O problema atual é que está prevista a ocorrência da La Niña para essa primavera-verão. Em geral, a La Niña diminui as precipitações. Agora, a gente não sabe o quanto abaixo da média será”, alerta o engenheiro Antonio Carlos Zuffo, professor do departamento de Recursos Hídricos da Unicamp.
Como medida para lidar com o período de estiagem, o Governo do Estado iniciou mais um ciclo de perfuração de poços artesianos para ampliar a oferta de água nos municípios. A medida faz parte do Plano Estadual de Resiliência à Estiagem, SP Sempre Alerta.
A perfuração de poços é um tipo de solução, mas pode não ser suficiente, assim explica o professor Zuffo. “O mundo inteiro usa água subterrânea. O problema é que alguns aquíferos no estado têm vazão entre 8 a 20 metros cúbicos por hora. É uma vazão muito baixa para o abastecimento. Na região mais populosa do estado, região metropolitana de São Paulo, de Campinas, Sorocaba, seria um problema”, afirma.
Em nota, a Sabesp apenas informou que o Sistema Integrado Metropolitano (a junção de sete grandes sistemas) opera com 54,9% do volume total e se mantém na média dos últimos cinco anos. Também destacou que é importante a população manter o consumo consciente da água em qualquer época do ano.
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