Visado pela especulação imobiliária, tradicional espaço pode ter suas atividades encerradas
No dia 13 de março de 2024, o Esporte Clube Banespa e seus associados foram surpreendidos com uma notificação do Banco Santander informando a decisão judicial da MMa. Juíza de Direito da 14ª. Vara do Foro Regional de Santo Amaro, concedendo a reintegração de posse em medida liminar contra o Esporte Clube Banespa. Essa medida, se cumprida, traria como consequência irreparável o encerramento imediato das atividades do clube.
Para quem é um tradicional botina amarela ou frequentador assíduo dos desportos da região do Brooklin, Campo Belo e de Santo Amaro, sabe da importância que o Clube Banespa tem para a região do Alto da Boa Vista e Chácara Santo Antônio. Em prol da preservação do Clube, uma reunião na própria sede do Banespa serviu como pontapé inicial para que as associações e entidades do entorno do clube se unam em defesa do Clube, assim, mobilizando também a população local.
Inicialmente, o Banespa foi criado para os funcionários do Banespa, no entanto, o Banespa foi vendido para a iniciativa privada e os funcionários que gerem o Clube agora desejam passar o bastão para que as associações próximas possam se unir e assumi-lo, dando ao espaço uma nova perspectiva para os próximos anos.
Em 2030, o Clube Banespa completará 100 anos de fundação, com isso, a ideia é que nos próximos anos ele se torne um clube de espaço público da região e não mais estatal. Além de todos os espaços para a prática esportiva, o Clube conta com grande área verde, que precisa ser preservada. Para tal, primeiramente, é preciso que aconteça o seu tombamento, daí a importância da união dos esforços entre as entidades e associações regionais. “Nós já temos o parecer favorável do tombamento e da preservação das edificações no IPHAN”, declarou Cleiton, arquiteto da Associação de Proprietários e Protetores de Móveis Tombados.
Porém, a batalha não será fácil. A reunião entre as associações, que contou com a presença da vereadora Janaína Lima, apoiadora do projeto, serviu para abrir os olhos de todos de que os trâmites do inquérito civil caminham a passos lentos e a ameaça de demolição das edificações do Clube é uma realidade que tem que ser enfrentada a cada nova reunião do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), dessa forma, o processo não caminha, e o tombamento tanto do espaço como de suas edificações fica distante.
Aos santamarenses, fica o alerta: vamos nos unir em defesa desse espaço que tem sua importância histórica, social, cultural e esportiva para a nossa região. Procure as associações do bairro e saiba como você pode ajudar a fortalecer essa luta que é de todos nós.
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