Associações da cidade se unem para defender o Clube Banespa como clube e não como parque

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Movimento estuda propostas para a continuidade do modelo de clube.

Mais de 30 associações da sociedade civil estão unidas pela preservação do Esporte Clube Banespa. Todas se posicionam contra a ideia de transformá-lo em um parque municipal e já estudam propostas de continuidade para o clube.

“Por que mexer em algo que funciona há cem anos? Melhorar sim, destruir não”, defende Luiza Leifert, presidente da Ciranda Santo Amaro, organização que reúne 17 associações da zona sul. Também da Ciranda, João Galante considera a ideia do parque “irresponsável”. “Seria um altíssimo gasto público desapropriar a área e custear sua manutenção [R$ 1,5 milhão/mês]”, diz.

Para Lucila Lacreta, diretora do Movimento Defenda São Paulo, o modelo de gerar lucro implantado pela Prefeitura não existe para espaços públicos em nenhum país. “Pretendem fazer o mesmo com o Banespa usando dinheiro público. Querem que paguemos a conta duas vezes!”, protesta.

Professor da Faculdade de Direito da USP, o advogado Carlos Alberto Dabus Maluf explica que a preservação do patrimônio ambiental cultural deve ser feita de modo participativo com a comunidade. “Além disso, prever legalmente o parque antes das deliberações dos órgãos de patrimônio pode gerar um conflito entre leis e instâncias.”

O clube foi herdado pelo Banco Santander a partir da controvertida compra do Banespa em 2000. Desde então, perdeu apoios e patrocínios, as atividades foram sendo canceladas e os times encerrados. “Temos que passar o bastão, mas com a segurança de que será bem conduzido. Não pode virar parque”, diz Maury Roberto Muscatiello, presidente do ECB.

O lento período de decadência chamou atenção da comunidade. “Sempre frequentei o clube, até se esvaziar e se afastar da comunidade. Temos de agir”, defende a advogada Renata Augustini Traldi, presidente da Associação dos Moradores dos Jardins Petrópolis e dos Estados (Sajape).

“É um clube incrível que tem importantes funções sociais a serem ampliadas com a participação da sociedade civil”, diz a advogada Célia Marcondes, presidente da Apitt que liderou a mobilização pela criação do Parque Augusta e agora reuniu as associações para lutar pelo ECB.

Pesquisadora da USP e presidente da Associação Amigos do Alto da Boa Vista (Sababv), Nancy Cardia destaca a importância social dos clubes comunitários para enfrentar a violência urbana. “O Banespa tem uma estrutura extraordinária atualmente subutilizada. Com bases solidárias voltadas à agregação social, muitos projetos poderão ser desenvolvidos ali”, afirma.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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