Espaço de descanso, reflexão e convivência lotou com a presença da artista brasileira Beatriz Milhazes
Por Giovanna Bicalho
Na noite de domingo (06), chegou ao fim a 21ª edição da SP-Arte, a maior feira de arte moderna e contemporânea da América Latina. A mostra acontece anualmente no Pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera e, durante cinco dias, reúne artistas, estúdios, galerias de arte, museus, colecionadores e apreciadores das artes em busca de vivenciar a arte contemporânea e histórica dos séculos 20 e 21.
A SP–Arte foi fundada em 2005 por Fernanda Feitosa, advogada e colecionadora, que naquela época já enxergava todo o potencial do mercado de arte brasileiro e se propôs a organizar uma feira em que o pudesse torná-lo maior. Desde então, a exibição desempenha um papel fundamental na profissionalização, no crescimento e na promoção do mercado artístico nacional. Ademais, estimula o surgimento de novos agentes interlocutores e impulsiona a internacionalização da arte brasileira. O público que acompanha a SP–Arte ainda tem a oportunidade de conhecer editoras, revistas, museus, instituições e espaços autônomos de arte.
A feira deste ano aconteceu entre 2 e 6 de abril e teve os ingressos esgotados para todos os dias. Foram cerca de 200 expositores no Pavilhão da Bienal, sendo 102 galerias – 12 eram estrangeiras – e 81 designers. A diversidade foi o destaque da mostra, que trouxe obras indígenas, ancestrais e representativas. Essa combinação resultou em público satisfeito e boas vendas para os expositores.
“A SP-Arte é a primeira feira do ano e é importantíssima para fazer um termômetro das próximas, e o que podemos ver aqui é que o cenário está muito bom. Agora mesmo, um expositor comentou comigo sobre 36 obras vendidas e nós estamos no meio da feira. Então é um momento bom, mesmo com toda adversidade”, comentou Fernanda Feitosa em conversa com a imprensa.

Mas a mostra não é apenas um momento de compra e venda de arte. Também funciona como um grande encontro entre diferentes artistas que podem trocar experiências e o público que pode conhecer e aprender mais sobre arte.
Esse é um dos objetivos da Iguatemi São Paulo, que apoia e patrocina a SP-Arte há 15 anos, fomentando a arte e a cultura. Em mais uma edição, a empresa de full service no setor de shopping centers do Brasil, levou para a exposição a já conhecida do público Arena Iguatemi, com uma programação de conversa e curadoria exclusiva para celebrar a nova edição.
A Arena, idealizada pelo artista José Marton, proporciona aos visitantes um espaço de descanso, reflexão e convivência. Seu conceito é o do “Teatro de Arena”, um dos símbolos arquitetônicos de espaço público, que remete a arquibancadas, praças, parques e, principalmente, à mobilidade urbana, onde os visitantes puderam socializar e trocar experiências sobre arte, cultura, design e até fazer pausas para leitura. O espaço ainda contava com a exposição da obra Beirut Postcard (2014) de Vik Muniz, que faz parte da coleção de arte da Iguatemi.

A Arena foi palco para diversos debates, como a conversa de Paulo Nimer Pjota, artista brasileiro de mídia mista, com Pollyana Quintella, curadora da Pinacoteca de São Paulo, e de Rodolpho Parigi, artista brasileiro que conversou com Fernanda Brenner, fundadora e diretora da Pivô Arte e Pesquisa, ambas na quinta-feira (03) e mediadas por Laura Rago, pesquisadora e uma das curadoras do Arte Pará.
Já no dia 04, os painéis da arena tiveram Alex Cerveny, artista visual brasileiro, que discutiu com Renato Menezes, curador na Pinacoteca de São Paulo, a criatividade artística e humanização das entidades divinas. Mas o grande destaque ficou por conta do diálogo entre Beatriz Milhazes, artista plástica brasileira, com Tiago Mesquita, crítico e professor de história da arte, que lotou a Arena Iguatemi.
Milhazes comentou sobre sua carreira, processo de produção e também sobre a sua nova exposição “Beatriz Milhazes: rigor and beauty”, que está em cartaz no Guggenheim de Nova York desde o dia 7 de março. “Essa nova exposição é uma retrospectiva do meu trabalho, com obras que vão do início da minha carreira na década de 90 até 2023”, contou a artista para os espectadores.

A artista não só encantou a todos falando do seu modo de produção como emocionou os fãs, entre eles a mineira de Belo Horizonte, Mona Diniz, que também é artista têxtil e proprietária do Tapeto Atelier, e veio conferir a feira além de prestigiar Beatriz Milhazes. “Sou uma pequena artista. Ver alguém desse porte, pessoalmente, contando a trajetória é maravilhoso, não tem como não se emocionar. Estou achando maravilhoso. É sempre muito rico ver tantos artistas juntos, tantas técnicas diferentes, tantas formas de expressão artística. Então, tô amando”, contou a artesã.
O Iguatemi São Paulo manteve a tradição anual de patrocinador da feira de arte e, no primeiro dia da 21ª edição da SP–Arte, realizou a doação de obras para a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Para quem já está com saudade da SP-Arte, a boa notícia é que a próxima edição já tem data definida e acontecerá entre os dias 8 e 12 de abril de 2026.

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