
O economista da entidade explica que o impacto ocorre principalmente pela redução das compras imediatas e das aquisições por impulso dos consumidores
O comércio da Grande São Paulo pode ter deixado de faturar mais de R$ 51,7 milhões devido à falta de energia registrada na última quarta-feira (10), quando fortes ventos, associados ao ciclone, atingiram a capital e municípios da região metropolitana.
A estimativa, baseada no volume movimentado diariamente na cidade de São Paulo e no entorno, é do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).
Segundo o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, os prejuízos são difíceis de mensurar porque os efeitos do ciclone não foram homogêneos na capital, e várias regiões ainda não tiveram o restabelecimento completo da energia. “O impacto se dá, principalmente, pela redução das compras imediatas e das aquisições por impulso dos consumidores”, explica.
A falta de energia causada pelos ventos fortes prejudicou diretamente 1,5 milhão de pessoas. Ruiz de Gamboa destaca que situações como essa afetam especialmente o consumo momentâneo, já que a limitação no fluxo de clientes reduz as vendas de giro rápido.
Até o fechamento desta edição, mais de 500 mil imóveis ainda estavam sem energia. O número foi registrado 50 horas depois do vendaval. A Enel, companhia responsável pelo fornecimento de energia na cidade de São Paulo, não informou prazo para restabelecimento do serviço. Apenas alegou por nota que: “O evento climático causou danos severos à infraestrutura elétrica, afetando o fornecimento em diversas regiões. Para acelerar a recomposição do sistema, a distribuidora tem mobilizando cerca de 1.600 equipes em campo ao longo do dia”.
Já a Prefeitura de São Paulo informou que por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), notificou na quarta-feira (10) a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Enel. No documento, a administração pede explicações sobre o grande número de veículos da concessionária parados na garagem enquanto mais de 2 milhões de unidades consumidoras estavam sem luz.
Além disso, a PGM pediu para que a empresa esclareçe, em até 48 horas, os motivos que levaram parte da população de São Paulo a sofrer com a interrupção do fornecimento de energia por tantas horas.
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