A importância dos jornais de bairro para a população e manutenção da democracia

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Capa da primeira publicação do jornal O Braz

Neste 1° de setembro, os jornais de bairro celebram 129 anos de história e resistência ao tempo

No dia 1° de setembro de 1895, há exatos 129 anos, era publicado o primeiro jornal de bairro da cidade de São Paulo. O título era ‘O Braz”, uma iniciativa do Coronel Albino Soares Bairão, que circulava pelo bairro do Brás, defendendo os interesses da população local e da região. O modelo de publicação se expandiu pela cidade e atravessou o tempo, e hoje só na capital paulista estima-se que haja mais de 100 jornais locais.

Em 2004, o então vereador Antonio Goulart, por meio do PL 840/03, instituiu o 01/09 como o Dia do Jornal de Bairro. A data é um importante marco para lembrar e celebrar a existência dos pequenos jornais, que circulam pelos bairros da cidade, levando informação de qualidade de forma gratuita e principalmente para aqueles que muitas vezes não têm acesso a outras formas de noticiário.

Vistos como algo menor, por não cobrirem os grandes acontecimentos do país e do mundo, os jornais de bairro acabam não tendo o mesmo prestígio e valor do que os da grande imprensa. No entanto, são nestes pequenos veículos que realmente conseguimos observar os acontecimentos cotidianos e de impacto mais direto na vida da população. É o que explica o jornalista Ricardo Kotscho, que começou sua carreira na Gazeta de Santo Amaro, ou como ele gosta de chamar, “a gazetinha”.

“O jornal de bairro é o espaço que a população tem para se ver retratada. Tem notícias que você só vai encontrar ali, como o do burraco na rua, o problema no posto médico. São os problemas reais da população e que, muitas vezes, não estão nos jornais da grande imprensa”, explica o jornalista.

Apesar de os assuntos de Brasília não estarem diretamente nos jornais de bairro, isso não quer dizer que não tenham o seu papel na manutenção da democracia. Esses pequenos veículos estão mais próximos da população, tendo mais facilidade para ouvir suas queixas e de fazer cobranças diretamente das autoridades locais.

Por fim, ainda são importantes escolas para os jornalistas que estão em início de carreira, como esta que vos escreve. Para Kotscho, o jornal de bairro é a grande experiência de todo repórter. “Na gazeta aprendi da pauta ao chumbo (forma de impressão dos jornais antigos)”, explica o jornalista.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br 

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