A importância do Setembro Amarelo em todos os meses

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Por Dra. Elaine Di Sarno


Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio. Contudo, o tema deve ser abordado durante todo o ano. Infelizmente, o Brasil está entre os dez países com maior taxa de suicídio (OMS). Assim, não deve ser tabu, é preciso falar sobre tal ato que é o mais individual de todos os atos humanos – tirar a própria vida.

Teorias defendem que pode haver uma predisposição individual para o suicídio ativada por experiências traumáticas precoces e ruins que geram padrões de pensamentos negativos. A grande culpada? Mais de 50% das pessoas que se suicidaram sofriam de depressão. O suicídio pode constituir uma reação de inadaptação a uma mudança.

Separação, luto, solidão, desemprego, mudança/perda de trabalho, problemas escolares/laborais, doença e dependência de drogas/álcool podem conduzir ao suicídio, sendo o meio pelo qual encontram para dar fim à dor, parar o sofrimento e não exatamente colocar um fim à vida. Quando ajudadas a tempo, as pessoas podem entender que há outras formas de resolver problemas. Mas, alguns realmente querem morrer e não dão sinais para ninguém suspeitar, esses sim, são muito difíceis de prever e ajudar.

Depressão é um caso sério! Frescura? Falta de vontade? Esse estigma da depressão contribui para um potencial suicida concretizar o ato. Quando a depressão é vista de forma pejorativa, a pessoa que sofre se sentirá descreditada a procurar ajuda e pode se matar.

É necessário dar especial atenção às pessoas que já tentaram suicídio e/ou com história familiar de suicídio, adolescentes com depressão e idosos com demência e estados confusionais, pessoas solteiras, divorciadas ou viúvas. Quem tem rede de apoio se sai melhor dessas situações. Adolescentes meninas apresentam maior taxa de suicídios, o que pode ser explicado em razão de a mulher ser mais vulnerável a depressão e ansiedade. Nunca fale algo que leve a pessoa a se sentir culpada ou ser pior que os outros. É preciso apoiar, orientar. O profissional de saúde mental tem papel fundamental no auxílio ao potencial suicida.

O Setembro Amarelo é importante para levar conhecimento sobre o tema, mas que não se acabe em setembro, depressão e ideação suicidas não têm data para ocorrer.

Dra. Elaine Di Sarno | Foto: Carlos Alkmin

Dra. Elaine Di Sarno é Psicóloga, Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e em avaliação neuropsicológica pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP. Psicóloga pesquisadora do Programa de Esquizofrenia – PROJESQ do Instituo de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Atendimentos individuais e familiares (adultos, crianças e adolescentes) na abordagem cognitivo comportamental. https://elainedisarno.com.br/.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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