Especialista explica causas, tipos e reforça importância do diagnóstico precoce e da prevenção
Mais de 18 mil brasileiros perderam a vida por acidente vascular cerebral (AVC) apenas nos primeiros cinco meses de 2025, o equivalente a uma morte a cada sete minutos. Os dados da Rede Brasil AVC mostram que a doença, segunda principal causa de morte no país, atrás apenas do infarto, vem atingindo também pessoas cada vez mais jovens. Segundo a instituição, 18% dos casos registrados ocorrem em adultos de 18 a 45 anos.
“Existe essa percepção na comunidade médica do aumento de casos em pessoas mais jovens, mas ainda não há uma justificativa comprovada para esse crescimento. A teoria mais aceita é sobre o estilo de vida”, explica Hugo Sterman Neto, neurocirurgião da Rede D’Or.
De acordo com o especialista, o tabagismo, o consumo de álcool e drogas, além do sedentarismo, estão entre os principais fatores de risco. “Apesar do AVC hemorrágico ser o mais letal, o isquêmico pode estar diretamente atrelado ao estilo de vida e à falta de cuidados com doenças que aceleram o processo de envelhecimento das artérias, como diabetes, colesterol descontrolado e hipertensão. Mesmo em pessoas jovens, ele pode causar sequelas importantes”, alerta o neurocirurgião.
Diferença entre os tipos de AVC
O AVC hemorrágico ocorre quando há o rompimento de um vaso sanguíneo, provocando sangramento dentro do cérebro, quadro mais grave e com maior risco de morte. Já o AVC isquêmico acontece quando uma artéria é bloqueada, interrompendo o fluxo de sangue e oxigênio para o cérebro. Esse bloqueio pode ser provocado por coágulos ou acúmulo de gordura nos vasos.
Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça súbita e intensa, perda ou dificuldade de visão, alterações na fala e dificuldade para realizar movimentos simples. “Caso um ou mais desses sinais apareçam, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente. O tempo é decisivo nos casos de AVC para minimizar os riscos de sequelas graves”, orienta o médico.
Tratamento e prevenção
O tratamento pode envolver o uso de anticoagulantes ou procedimentos de alta complexidade, como a trombectomia mecânica, que remove o coágulo com equipamentos especializados. “É uma das formas mais eficazes e seguras de tratar o AVC isquêmico”, explica o especialista.
Após o tratamento, o acompanhamento multidisciplinar é essencial. Fisioterapia, controle dos fatores de risco e mudanças de hábitos são fundamentais para evitar novas ocorrências.
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