São Paulo vive semana de transtorno depois de forte chuva

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Créditos: Rovena Rosa/Agência Brasil

Além dos impactos causados pela ação da natureza, paulistanos sofreram com o mau atendimento da Enel

No início da noite de sexta-feira (11), uma forte chuva atingiu o estado de São Paulo. A tempestade, que durou menos de uma hora, veio acompanhada de ventos de 107 km/h e deixou um rastro de problemas pela cidade, a começar pela falta de energia que deixou cerca de 3 milhões de imóveis sem luz.

Diversos bairros da capital sofreram com apagões, sendo os da Zona Sul os mais afetados. Muitas árvores também caíram devido a força do vento e causaram ainda mais transtornos, deixando o trânsito paralisado e uma morte no Campo Limpo de uma pessoa que foi atingida por uma árvore. Voos foram cancelados e trens tiveram circulação prejudicada.

Se não bastasse todo o problema causado pela forma da natureza, a população ainda precisou lidar com a demora no restabelecimento de energia, que até o fechamento desta matéria na sexta-feira (18), uma semana depois, ainda tinha cerca de 30 mil imóveis sem luz.

Um dos moradores da região sul que segue sem energia é Ricardo Moraes de Lima, proprietário de uma escola de música que não pôde abrir seu estabelecimento na última semana devido aos transtornos. Durante a chuva do dia 11, uma árvore caiu na fachada da empresa. Apesar de não causar interrupção da energia, a árvore estava energizada e foi preciso acionar a Defesa Civil, que não respondeu naquela noite. No dia seguinte, sábado, um carro da Enel estava em frente a casa de Lima, mas os funcionários da companhia informaram que só poderiam fazer algo após avaliação da Defesa Civil, que foi chamada às 9h e só apareceu às 14h. Na análise, constataram a energização da árvore e alegaram que seria preciso o corte de energia da Enel para a remoção da árvore.

O desligamento da energia só foi acontecer na terça-feira (15), após Lima e sua esposa colocarem uma placa de pedido de ajuda na casa e darem entrevistas à imprensa. Eles tentaram diversas vezes falar com a Enel, que além de prestarem um mau atendimento, solicitava que procurassem a Defesa Civil. Depois das reportagens, a energia foi cortada e a árvore retirada, no entanto, até a tarde do dia 18/10, a energia ainda não havia sido restabelecida.

A respeito da crise vivida na cidade de São Paulo, o Prefeito Ricardo Nunes concedeu uma entrevista coletiva às 14h desta quinta-feira (17) para falar de como estava a situação da cidade e o que a prefeitura está fazendo para prevenir problemas com a próxima tempestade prevista.

Segundo Nunes, o problema de semáforos foi resolvido com o uso de geradores e ligações diretas, exceto em quatro locais que ainda aguardam desligamento da energia pela Enel. Nove escolas e quatro UBSs ainda funcionam com geradores. A prefeitura, por meio da COHAB, está ajudando famílias de baixa renda que tiveram danos, como telhados quebrados, além da distribuição de cestas básicas para comunidades afetadas, assim como o PROCON municipal está nas áreas mais afetadas para auxiliar os moradores a fazerem reclamações e requisitarem indenizações à Enel.

Com relação aos trabalhos de contingência para a próxima chuva, o prefeito afirmou ter uma equipe com 300 funcionários da Defesa Civil e 2.000 pessoas em serviços de poda e zeladoria. Também alocou 100 geradores para atender os semáforos, caso haja novos problemas com a Enel. Além disso, já existem geradores para saúde e educação.

Uma outra medida foi a instalação de câmeras do SmartSampa em cinco garagens da Enel para monitorar a entrada e saída de caminhões, garantindo maior transparência no trabalho de restabelecimento da energia. Nunes ainda disse estar trabalhando para tirar a Enel da cidade de São Paulo.

Na região de Santo Amaro, a subprefeitura tem realizado diversos trabalhos para amenizar os problemas causados pela chuva. “Desde de sexta (11), eu estou  acompanhando as equipes atuando nos bairros. Todos formando um grupo de trabalho onde estamos empenhados nas ações. Com resultados para a nossa região de retorno à normalidade. Mantendo alertas e prevenção para as previsões climáticas”, disse a Subprefeita de Santo Amaro, Thamyris Nagell.


 SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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