Mutações do influenza serão monitoradas no esgoto de SP visando vacina mais eficaz

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Créditos: Flickr/Prefeitura de Campinas

Pesquisadores do Institut Pasteur farão coletas periódicas de águas residuais em pontos estratégicos na cidade para identificar variantes dos vírus em circulação

O Institut Pasteur de São Paulo (IPSP), sediado na Universidade de São Paulo (USP), acaba de criar um grupo de pesquisas para monitorar o surgimento e o avanço de novas cepas do vírus da influenza na capital paulista. Com coletas periódicas de amostras de esgoto, será possível identificar quais estão em circulação, quais podem trazer risco à saúde, além de prever o início e o pico de sua transmissão. As informações, além de serem repassadas às autoridades de saúde pública, ajudarão no desenvolvimento de uma vacina mais eficaz e rápida contra a gripe.

Atualmente, os imunizantes distribuídos pelo Ministério da Saúde protegem contra os três tipos de cepas do vírus influenza que mais circularam nos hemisférios Norte e Sul. O problema é que nem sempre os vírus em circulação são os mesmos com que a vacina foi feita. Além de serem diversos, o influenza muta rapidamente. Assim, estima-se que a eficácia da vacina em uma campanha varie de 40 a 60%, devido à adequação da vacina às cepas em circulação, assim como pelas especificidades de cada uma.

“Este problema pode ser diminuído com a nova forma de vigilância e uma tecnologia que possibilite atualizar a vacina com mais rapidez”, afirma o virologista e biomédico imunologista, Rúbens Alves, coordenador do grupo de pesquisa Vigilância Genômica e Inovação em Vacinas.

Segundo ele, a proposta de se fazer a vigilância por meio de amostras de águas residuais do saneamento básico é uma estratégia que se mostrou muito eficaz na pandemia da covid-19, e que foi utilizada por mais de 100 países e 293 universidades.

A vigilância dos vírus da gripe é feita pela Rede Global de Vigilância de Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS), composta por laboratórios espalhados pelo mundo. Eles são responsáveis por monitorar os vírus circulantes e potencialmente pandêmicos, com base em análises laboratoriais. A partir disso, todos os anos, OMS divulga com seis a oito meses de antecedência quais são as cepas que devem ser usadas na produção das vacinas para o hemisfério sul, para uso no ano seguinte.

“Boa parte dos monitoramentos inseridos nessa rede depende da testagem de casos suspeitos da doença. O monitoramento por esgoto permite uma cobertura mais representativa da população, pois inclui pessoas que não têm acesso a cuidados de saúde ou que optam por não ir ao hospital. Sem contar que pelo esgoto é possível monitorar não só o influenza como outros patógenos”, completa Alves.

Com informações de Jornal da USP


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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