Março Lilás alerta sobre a prevenção do câncer de colo do útero

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Conscientizar a população sobre a prevenção do câncer de colo do útero, um tumor maligno causado pelas infecções persistentes por alguns tipos do Papiloma Vírus Humano (HPV), é o objetivo da campanha Março Lilás. A infecção genital é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.

No Brasil, o câncer no colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente nas mulheres, ficando atrás do câncer de mama e do colorretal, segundo o Ministério da Saúde (MS). No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou em 17.010 novos casos durante o ano de 2023. Na cidade de São Paulo, de acordo com a 22ª edição do boletim CEInfo em Dados, entre 2020 e 2022 o câncer de colo do útero provocou uma média trienal de 4,3 mortes por 100 mil habitantes.

O vírus HPV compreende uma família com muitos subtipos, vários dos quais afetam a região genital, anal e orofaringe, incluindo aqueles responsáveis por desencadear cânceres de colo do útero, vagina, ânus, vulva, pênis e câncer de orofaringe, além de verrugas genitais como o condiloma acuminado. O HPV pode ser transmitido com uma única exposição, por meio de contato direto com a pele ou mucosa infectada.

Quando a infecção é persistente, ou seja, o organismo não consegue eliminar o vírus, as alterações celulares tendem a se intensificar e, por fim, evoluir para o quadro de câncer de colo de útero, vulva ou vagina. Os principais sintomas relacionados ao câncer de colo uterino são sangramento vaginal irregular, corrimento com odor fétido e dor genital e/ou abdominal.

Exame preventivo

O diagnóstico precoce de alterações decorrentes da infecção pelo HPV é feito por meio de um exame simples, o Papanicolau, que detecta tanto anormalidades que precedem a doença quanto o próprio câncer. Após a coleta de material para análise, também é possível diagnosticar algumas infecções vaginais causadas por micro-organismos diversos como, por exemplo tricomoníase, candidíase e gardnerella, entre outros.

O Papanicolau deve ser realizado primordialmente entre 25 e 64 anos, nas mulheres com vida sexual ativa. A rotina recomendada para o rastreamento é a repetição a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano.

A coleta pode ser realizada em qualquer período, exceto quando a mulher estiver menstruada. As principais orientações antes do procedimento são: não fazer duchas vaginais, não usar medicamentos intravaginais e manter abstinência sexual nas 48 horas que antecedem o exame.

Na rede municipal, as 471 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) oferecem este exame preventivo à toda população feminina da cidade, sem a necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento. Após a realização do Papanicolau, os casos que necessitem de atendimento especializado são encaminhados para os serviços da rede, que contam com ginecologistas e outros especialistas.

Vacina contra o HPV

A melhor forma de prevenir contra as infecções provocadas pelo HPV é a vacinação precoce contra o vírus, antes do início da vida sexual. A vacina está disponível em todas as UBSs para meninos e meninas dos nove aos 14 anos. Homens e mulheres imunossuprimidos, com até 45 anos, também podem receber o imunizante, que protege contra quatro tipos do vírus: os 16 e 18, de alto risco para o desenvolvimento de cânceres, além dos tipos 6 e 11, causadores de verrugas genitais como o condiloma acuminado.

A vacina não abrange todos os sorotipos de HPV, mas a imunização pode prevenir até 70% das ocorrências de câncer do colo uterino. Além disso, fazer a utilização dos métodos de barreira, ou seja, uso de preservativo interno e externo, é essencial para prevenir a transmissão do Papiloma Vírus Humano.

Durante todo o mês de março as unidades de saúde da capital intensificarão as ações de prevenção e diagnóstico voltadas às mulheres.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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