ARTIGO | ­A poderosa sociedade civil

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Uma das contribuições da nova ordem fundante inaugurada em 5.10.1988 para implementar o estado de direito e a democracia no Brasil, foi o estímulo à participação do Terceiro Setor. Não houve Constituição anterior que tanto prestigiasse o associativismo, a formação de grupos intermediários entre Estado e povo, como a Constituição Cidadã.

Em virtude do apreço evidenciado pelo constituinte à participação cidadã, multiplicaram-se as sociedades, associações civis, organizações sociais e outras entidades que se propõem a trabalhar em conjunto, numa saudável parceria com o Poder Público.

São muitas as atividades desenvolvidas por esses grupos cidadãos interessados em administrar interesses coletivos, em todos os setores. O momento é propício à imersão na somatória de questões que afligem o presente e que condicionam a própria existência de um futuro para a humanidade.

Impossível deixar de pensar no impacto das mudanças climáticas, a maior ameaça que recai sobre a Terra nestes tempos tão desafiadores. Embora não esteja ao alcance de qualquer entidade, seja ela privada, seja ela estatal, solucionar de vez as maiores questões – o desmatamento disseminado em todos os biomas, a poluição que contamina atmosfera, solo e água, a produção de incrível quantidade de resíduos sólidos – algo pode ser feito em escala micro.

A cidadania é a maior interessada em propiciar ambiente saudável para os moradores de uma rua, bairro ou região. Se não é possível oferecer aos milhões de paulistanos e de visitantes uma São Paulo inteiramente arborizada, limpa e insuscetível de enchentes, ao menos é viável transformar pequenos espaços em exemplos de bom tratamento urbano.

Uma opção salutar seria inteirar-se do que realiza em seu bairro o CADES Regional. São 32 unidades em São Paulo, uma para cada Subprefeitura. Com cidadãos eleitos para o voluntariado para cuidar de temas ambientais e de sustentabilidade. Os Conselhos de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura da Paz são meritória contribuição da sociedade civil para o enfrentamento de temas pertinentes à vida atual e à vida futura. Sem participação cidadã, por mais empenhada esteja a gestão pública, não serão atingidos os resultados esperados, que devem resultar da contribuição de cada munícipe, um cuidador nato de sua comunidade e dos seus legítimos interesses.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo de Mudanças Climáticas do Município de São Paulo e autor do livro “Ética Ambiental”.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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