ARTIGO | Novembro Azul: cirurgia a laser revoluciona os cuidados com a próstata

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Neste mês ocorre o “Novembro Azul”, que busca conscientizar acerca do câncer de próstata. Entretanto, outro problema relacionado chama a atenção, a Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB), caracterizada pelo aumento da glândula, que atinge cerca de metade da população masculina com mais de 50 anos, podendo chegar a 90% com o avanço da idade, de acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia.

O desconhecimento e preconceito ainda são barreiras para muitos homens, que podem sofrer danos irreversíveis sem os cuidados necessários. De origem desconhecida, acredita-se que a HPB ocorre devido às mudanças hormonais durante o envelhecimento. Com o dilatamento da próstata, o canal da urina é comprimido, gerando diversos problemas, como a obstrução da bexiga e a incontinência urinária.

O tratamento é feito através de medicamentos ou cirurgia. O primeiro é utilizado para conter sintomas, especialmente nos estágios iniciais, mas a melhora do fluxo urinário ainda não é ideal, e o uso pode levar a deterioração da bexiga. Já no campo cirúrgico, a melhor opção é a Enucleação Endoscópica da Próstata com Laser Holmium (HoLEP). Minimamente invasivo, o procedimento faz a remoção completa do adenoma (HPB), sendo bastante eficaz.

Em comparação com a Resseção Transuretral da Próstata (RTUP), modelo mais tradicional, a HoLEP traz diversos benefícios, tanto em termos de técnica quanto resultado, como o menor tempo de internação (média de um dia) e a redução da taxa de reincidência (menos de 1%, contra 30% no caso da RTUP). Além disso, não deixa indícios de incisão cirúrgica e não afeta negativamente a ereção. Pelo contrário, pode até melhorar o desempenho sexual.

Com o aumento da próstata de forma lenta, a maioria dos homens não percebe o problema até que seja tarde demais. É importante ressaltar que, apesar da HPB consistir em um tumor benigno, seus portadores podem vir a desenvolver câncer em algum momento da vida, ou vice-versa. Por isso, é fundamental estar em dia com os exames, especialmente o da próstata, e realizar um acompanhamento com o médico especializado.

Pedro Gabrich é médico urologista e professor de urologia da UERJ


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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