Tratado de forma lúdica, o meio ambiente é o assunto principal. Montagem tem preparação de atores e manipulação de bonecos por Wanderley Piras, direção de arte de Sidnei Caria e músicas de Wagner Bernardes. Sessões aos sábados e domingos, 16h
Neto do pesquisador e premiado autor e diretor Carlos Alberto Soffredini (1939 – 2001) – referência na dramaturgia brasileira, sobretudo por transpor histórias da cultura popular para o teatro, o jovem diretor Ian Soffredini apresenta a segunda criação de sua Cia. Teatro dos Sonhos. O musical HISTÓRIAS DE TIA ANASTÁCIA estreia dia 8 de outubro, sábado, às 16 horas, no Teatro UOL. Depois da montagem do clássico O Pequeno Príncipe (uma das três peças infantis mais assistidas de 2019 pela VEJA-SP, e 4 estrelas pelo Estadão), o encenador volta-se para a literatura brasileira. O novo espetáculo tem inspiração no livro de mesmo nome, da coleção do autor hoje bastante criticado pelo tom racista de suas obras. Atento a este fato, por outro lado Ian reconhece a relevância do autor.
“A obra é racista, sim, e, ao mesmo tempo, Lobato é um autor de grande importância no quesito resgate e registro da cultura brasileira. Ele foi dos primeiros a recuperar e registrar histórias da nossa tradição oral’’, pontua, comentando que o avô já adaptara história do escritor, O Saci. Na nova peça Ian trabalha no sentido de iluminar questões que considera relevantes. “E, de forma bem incisiva, buscamos ressignificar e transformar as ideias identificadas com o racismo, separando o joio do trigo.”
A preservação das florestas e matas, o respeito à ancestralidade dos povos e ao meio ambiente são os principais assuntos tratados. “Na minha peça, Pedrinho é o vilão, explorador do sítio, ávido por transações com o agronegócio.” Em contraponto à ganância do irmão, Narizinho é protetora da natureza.
Em processo de passagem para o mundo adulto, Narizinho e Pedrinho estão em conflito sobre o futuro do Sítio do Picapau Amarelo. A personagem Tia Anastácia, detentora do Segredo da Floresta, vai inspirar os jovens através das histórias do folclore, com imagens sobre o Saci, o Boitatá, a Iara e a Cuca, ajudando-os a perceber o verdadeiro valor da terra e da natureza. Sobre a linguagem concebida pelo diretor na montagem, diversas formas estéticas são usadas para apoiar a contação da história: além de manipulação de bonecos, teatro de luz negra e interpretação de atores – características presentes também no primeiro trabalho do grupo –, Ian Soffredini adicionou músicas à encenação. Originalmente compostas por Wagner Bernardes, as quatro canções reforçam a intenção e a emoção dos personagens. Também compõe a trilha a composição de Gilberto Gil Sítio do Picapau Aamrelo.
Ian Soffredini – Adaptação e Direção – Ator, diretor, dramaturgo e produtor teatral, Ian Soffredini atua profissionalmente na área teatral desde 2006, participando em sua trajetória de mais de trinta produções teatrais. Entre 2015 e 2019, foi diretor artístico do Teatro dos Arcos. Ian é credenciado pela City University London, pelos estudos concluídos na Academy of Creative Training, de Brighton, e na Arts Educational School London. Atuou nos espetáculos “A Minha Primeira Vez” e “Cinderela”, com direção de Isser Korik; “A Bela Adormecida”, com direção de Paulo Henrique Jordão; “Cyrano de Bergerac”, com direção de João Fonseca; “Further then the furtherest thing” e “Gut girls”, interpretados em Londres; “Pequena reflexão cômica” – com texto, direção e atuação próprias; “Minha Nossa!”, de Carlos Alberto Soffredini; “Nunca Se Sábado”, de Mário Viana, Fábio Torres, Luiz Henrique Romagnolli, Laert Sarrumor e Isser Korik; e “Revistando 2006”, de Mário Viana e Fábio Torres. Em parceria com o Grupo XPTO, adaptou e interpretou “Romeu e Julieta”, apresentado no Festival Internacional de Teatro de Objetos, promovido pelo SESI. Mais recentemente idealizou e foi o curador dos projetos Berçário Teatral e Mostra Espontânea, realizados no Teatro dos Arcos.
Sidnei Caria – Direção de Arte
Cursou Artes Cênicas pelo Conservatório Carlos Gomes de Campinas entre 1983 e 1985. Em São Paulo, conheceu o grupo XPTO do diretor Osvaldo Gabrieli, onde participou do desenvolvimento da linguagem do grupo como assistente técnico e ator entre 1986 e 2002. Neste período o grupo criou espetáculos reconhecidos pelo público e pela crítica: “Coquetel Clown”, “Babel Bum”, “O Pequeno Mago” “Buster, o enigma do Minotauro”, ganhando mais de 30 dos mais importantes prêmios do Teatro Brasileiro e participando de diversos festivais no Brasil e em vários países da América Latina e da Europa. Em 1993 montou a Cia Teatro de Papel, em parceria com Anie Welter e Sergio Serrano, onde desenvolveu a linguagem própria de cenografia e figurinos, utilizando materiais recicláveis. Este trabalho lhe rendeu os prêmios APCA, Mambembe, Coca-Cola Panamco de melhor figurino, cenário e pesquisa de linguagem além de outras indicações. Coordena o grupo Maracujá Laboratório de Artes desde 2005, realizando trabalhos na área de criação e confecção de adereços, bonecos, figurinos e cenários. O Grupo Maracujá tem em seu repertório os espetáculos “As Aventuras de Bambolina” (que lhe rendeu o Prêmio APCA de melhor ator e o Prêmio Coca-Cola Femsa de Direção, em pareceria com Beto Andretta), “Rabisco – um cachorro perfeito” (prêmio Coca Cola Femsa de Melhor Texto Adaptado), “O Buraco do Muro”, “Nerina, a ovelha Negra”, que ganhou o prêmio Aplauso Brasil de Melhor Espetáculo Infantil de 2017, entre outros.
Preparação de atores e Manipulação de Bonecos – Wanderley Piras
Ator e bonequeiro, diretor e arte-educador, especializado em cultura popular e manipulação de bonecos e objetos. Fundador e diretor artístico da Cia. da Tribo desde 1996, também trabalha com o grupo Pia Fraus como ator e diretor desde 2002. Dentre outros ganhou prêmios de Melhor Ator Infantil e Melhor Diretor Infantil. Também é diretor do projeto BuZum!
Composição das músicas – Wagner Bernardes
Multiinstrumentista, compositor, engenheiro de som e produtor musical com formação pelo Instituto do Áudio e Vídeo (SP), atua no mercado musical há 11 anos em diversas produções com artistas como Gal Costa, Zizi Possi, Toquinho, Tom Zé, entre outros. Mais recentemente, compôs trilha original para o espetáculo “Megera Domada”, com direção de Isser Korik para o Teatro Folha.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e Direção: Ian Soffredini. Baseado no livro de Monteiro Lobato. Elenco: Alana Bortolini, Aline Cunha, Edgard Assumpção, Flora Ainá, Isabela Alcântara, Marcelo Dalourzi e Taciana Bastos. Direção de arte: Sidnei Caria.
Cenografia, Figurino, Bonecos e Máscaras: Sidnei Caria e Silas Caria. Direção de bonecos: Wanderley Piras. Música Tema: Gilberto Gil. Músicas originais: Wagner Bernardes. Realização: Jornaleiro Participações e Serviços Teatrais Ltda.
SERVIÇO
Estreia: 08 de outubro de 2022. Temporada: até27 de novembro de 2022.
Apresentações: Sábados e Domingos, 16h. Ingresso*: R$ 50,00.
Duração: 60 minutos. Classificação indicativa: a partir de 3 anos.
TEATRO UOL
Shopping Pátio Higienópolis – Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323 – Televendas: (11) / 3823-2423 / 3823-2737 / 3823-2323. Vendas online: www.teatrouol.com.br
Vendas por telefone e no site do teatro / Capacidade: 300 lugares / Não aceita cheques / Aceita os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube UOL e Clube Folha têm 50% desconto. Horário de funcionamento da bilheteria em outubro e novembro: sextas-feiras, das 18h às 21h; sábados, das 14h às 22h; domingos, das 14h às 20h; segundas das 18h às 21h / Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do Shopping: R$ 20,00 (primeiras duas horas) / Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11) 3661-5896, (11) 99605-3094 / Patrocínio do Teatro UOL: UOL, Folha de S. Paulo, EMS e Beontag.
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