A Prefeitura de São Paulo, por meio do Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da Cidade de São Paulo (SECLIMA), Fernando Pinheiro Pedro, realizou ontem, dia 29, um importante encontro com representantes da COMGÁS, visando à redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE), no território paulista, até 2050.
“Foi uma reunião histórica para a cidade de São Paulo, que expressa a vontade de todos os envolvidos em otimizar o uso veicular do metano, aproveitando a infraestrutura já implantada pela Comgás na cidade. Essa conjunção de fatores implica na redução efetiva das emissões”, pontuou o Secretário, Fernando Pinheiro Pedro.
O encontro teve como finalidade articular conexões com diferentes stakeholders buscando impulsionar as fontes renováveis de energia (solar e eólica), os biocombustíveis e evidenciar o potencial e as oportunidades do H2V (hidrogênio verde) para a indústria e os transportes no Brasil. Os gases de efeito estufa são os causadores do aquecimento global. Já os gases (e materiais particulados) poluentes são tóxicos e, portanto, diretamente responsáveis por danos à saúde humana e ambiental.
Os GEE contribuem para a manutenção da Terra em temperaturas habitáveis, pois possibilitam que se mantenha no planeta parcela importante da energia proveniente dos raios solares que aqui incidem. Mas, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), as atividades humanas estão emitindo GEE em demasia, desequilibrando essa quantidade de energia mantida no planeta, o que causa mudanças climáticas e seus eventos extremos como chuvas em excesso. Os principais GEE emitidos por atividades humanas são: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), mas também existem outros como os hidrofluorcarbonetos (HFCs) e o hexafluoreto de enxofre (SF6). O dióxido de carbono (CO2) é emitido, por exemplo, pela queima de combustíveis ou pelo desmatamento. Já mais da metade das emissões brasileiras de metano (CH4) são decorrentes do arroto de bois e vacas, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
Vale lembrar que uma tonelada de metano possui potencial de aquecimento do planeta 28 vezes maior do que uma tonelada de dióxido de carbono. Já uma tonelada de óxido nitroso (N2O) é 265 mais “aquecedora” que a mesma quantidade de CO2. Por isso, usa-se o termo dióxido de carbono equivalente (CO2e) para quantificar em uma medida única as emissões de diferentes gases de efeito estufa.
Já os gases e partículas poluentes são aqueles que, ao serem respirados, causam mal diretamente para nossa saúde, além de outros problemas ambientais.
Atualmente, sete poluentes atmosféricos são regulados no Brasil: partículas totais em suspensão (PTS), partículas inaláveis (MP10), fumaça, dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO) e ozônio (O3). Alguns desses poluentes também podem ter efeitos climáticos, sendo considerados gases de efeito estufa indiretos, como o CO, o NO2 e o O3.
Nas grandes cidades brasileiras, a maior parte desses poluentes é emitida devido ao uso de combustíveis pelos transportes. Cidades onde há predomínio do transporte individual motorizado, por exemplo, costumam emitir mais poluentes atmosféricos do que cidades equivalentes que priorizam a mobilidade coletiva. Isso porque, por passageiro transportado, um ônibus emite menos do que um automóvel. Os poluentes também podem ser emitidos pelas queimadas, como as que têm ocorrido na Amazônia, ou pelas indústrias e usinas termelétricas.
Brasil é 4º no mundo em ranking de emissão de gases poluentes desde 1850
De acordo com o levantamento realizado pela Carbon Brief, que leva em conta dados de emissões de queima de combustível fóssil, mudanças no uso do solo, produção de cimento e desmatamento de 1850 a 2021, mostram que o Brasil está em quarto lugar no ranking de emissão de gases poluentes.
Conforme a pesquisa, o Brasil emitiu 112,9 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2) desde 1850. Mais de 85% desse volume estaria associado à derrubada de florestas. Dos 20 maiores poluidores, o Brasil lidera na categoria desmatamento e emissões associadas ao uso da terra.
“São Paulo é uma vitrine internacional. O Poder Público, aliado à iniciativa privada, tem condições de usar várias rotas tecnológicas visando descarbonizar a cidade e, assim, contribuir para reverter a agenda negativa hoje imposta ao Brasil face à demanda por resiliência climática global”, finaliza o Secretário Fernando Pinheiro Pedro.
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