Chef do Restaurante Mocotó rebate comentário preconceituoso de cliente. Especialista cita cuidados com as postagens nas redes sociais

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Os ambientes digitais, como as redes sociais, são espaços amplos e que possibilitam com que as pessoas se expressem com muita liberdade. Isso é benéfico de diversas maneiras, pois permite uma variedade na produção de conteúdo, a difusão de valores e discursos que ajudam a popularização de assuntos que podem gerar resultados na vida fora da web. Porém, atrelados a essas possibilidades, existem figuras como os haters nas redes sociais.

E foi isso que aconteceu com o Restaurante Mocotó, que fica na Vila Medeiros. O local foi alvo de preconceito por parte de uma cliente, onde ela criticou a localização do restaurante, dizendo ser “perigoso”, ainda pedindo que ele pensasse em abrir um restaurante em um bairro mais nobre da zona leste de São Paulo, como o Tatuapé.

“Resolvemos ir até seu restaurante qual foi nossa surpresa e decepção em localização tão perigosa e precárias que vocês se localizam. Fomos em 16 pessoas e ficamos com muito medo do local do seu restaurante. Nunca imaginaria que você tão famoso ficaria num bairro assim. Desculpa. Somos do Tatuapé e vamos torcer para abrir um restaurante aqui neste bairro maravilhoso e cheio de restaurantes bons e de nome igual ao seu. Pensa nisso”, escreveu a cliente.

Porém, a resposta do proprietário do espaço, o Chef Rodrigo Oliveira (foto) a cliente, identificada apenas como Sandra foi sensacional: “Oi, Sandra, justamente por existir gente que ainda pensa como você que continuamos morando e empreendendo na Vila Medeiros. Assim, quem sabe um dia nosso bairro vai estar (ainda mais!) cheio de negócios de sucesso e de oportunidades pras pessoas que vivem aqui”, disse, completando com a hashtag #ilovequebrada.

Comentários de haters podem causar um impacto emocional por seu teor grosseiro e muitas vezes preconceituoso. Críticas negativas, mas feitas de forma educada e construtiva, são indispensáveis para a evolução de um negócio e devem ser analisadas com cautela, sem excluir o comentário ou ignorar o cliente. Entretanto, haters não produzem visões construtivas, apenas destrutivas: com esse tipo de ataque, as medidas são outras.

“Quando li a mensagem antes do almoço fiquei incrédulo, quase achando graça daquele texto. Mas quando decidi responder publicamente aí fiquei muito mal. Ano que vem já serão 30 anos meus no Mocotó e 50 de restaurante, não esperava ouvir isso a essa altura. Nasci e cresci nesse bairro, estudei e trabalhei a vida toda aqui, estou na Vila até hoje. Demorei pra entender que existiam outras “São Paulo”, mas a verdade é que a desigualdade é tão grande quanto a cidade. Vamos continuar na luta, pois não se trata de ser o melhor do mundo e sim de como fazer o mundo melhor”, declara Rodrigo Oliveira.

Como evitar?

As mensagens de ódio e os ataques podem ser evitados, mas é preciso que as pessoas, que utilizam as redes sociais, adotem alguns cuidados, como filtrar as suas postagens e saber quais são os objetivos dessa mensagem.

O Jornalista e CEO da Micheletto Comunicação, Eduardo Micheletto alerta que “no Brasil, existe um hábito perigoso que é o de postar tudo que acontece na sua vida, na rede social. Não poste tudo que acontece na sua vida porque você não sabe o alcance disso, o que pode acontecer, a vulnerabilidade disso. Quando você posta, você pede atenção, você está querendo que alguém olhe para você, que se reconheça naquilo. Mas, se o outro não tiver bem resolvido, ele vai projetar suas frustrações em você. Por isso, temos que ter cuidado com o que é postado. Além disso, a pessoa deve questionar quais são os objetivos da postagem e se ela está preparada para lidar com os comentários que podem surgir”, finaliza.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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