
Em entrevista ao Grupo Sul News, um dos principais vereadores da Zona Sul conta sua história e suas pretensões para Brasília
Em seu terceiro mandato como vereador na Câmara de São Paulo, Alfredinho (PT) tenta neste ano, uma nova missão: ir para Brasília como Deputado Federal. “Eu estou no meu 3° mandato, e eu gosto de ser vereador na cidade. Estar perto do povo discutir os problemas é uma coisa muito importante”, descreveu ele.
Em entrevista ao Grupo Sul News, o vereador contou um pouco de sua trajetória e o que o motiva a ir para o Congresso Nacional.
Assim como muitos nordestinos, Alfredinho veio para São Paulo em busca de novas oportunidades. Natural do Piauí, ele veio para a terra da garoa em 1979. “Eu tinha 18 anos de idade, e aquela vontade de trabalhar, independente e vencer na vida. Na época emprego era mais fácil. Você chegava aqui e ficava pouco tempo desempregado. Mesmo não sendo um profissional qualificado, você conseguia algum emprego. Ao contrário do Nordeste que você não conseguia nada”, relembra.
Nessa época, o Brasil estava vivendo o fim da Ditadura Militar, e surgiam movimentos sindicais que lutavam pelas Eleições Diretas e por melhores condições trabalhistas. Alfredinho trabalhava como metalúrgico e viu o nascimento do Partido dos Trabalhadores.
“Naquela época a gente não pensava em ser candidato. A gente tinha aquele sonho de lutar por justiça, por melhoria de vida para as pessoas que mais precisavam. A gente lutava para melhorar o salário, diminuir a jornada de trabalho, para ter direito a representação sindical dentro das fábricas. Mas eram lutas do chão da fábrica, e as principais lutas, que mudam o país, acontecem na disputa política”.
Morador da Zona Sul de São Paulo, foi aqui que começou a enxergar as necessidades da população dentro da esfera pública, quando trabalhou como chefe de gabinete na então Subprefeitura da Capela do Socorro. “Foi uma experiência muito importante pra mim. Eu saí da fábrica para ir para a Subprefeitura da Capela do Socorro, ou seja, eu sai de um trabalho interno para ir entender a situação da população trabalhadora. Lá, a gente só conseguia atender 20% das demandas”.
Perguntado sobre os principais problemas que acometem a Zona Sul de São Paulo, ele cita os problemas comuns a muitas cidades do país: falhas na iluminação e na rede de esgoto; má qualidade do transporte coletivo; falta de creches e problemas habitacionais, este último com um agravante em SP. “Tem comunidades que moram à beira de córregos, em áreas de mananciais. Se você ver a região de Grajaú, Parelheiros, Campo Limpo, Cidade Ademar, são populações acima de 200 mil habitantes. Então são muito problemas com grandes populações na Zona Sul. São regiões que tem ausência de poder público”, explica.
Também falou sobre a privatização do Autódromo de Interlagos, e reafirmou sua oposição a ideia proposta pelo ex-prefeito João Doria. “O Autódromo é um equipamento gigante, muito importante pra cidade. E o argumento da Prefeitura que ele dá prejuízo não é verdade, isso acontece porque é mal administrado”, debateu.
Sobre os principais projetos de sua autoria que foram aprovados, ele destaca a Lei do Polo de Ecoturismo de São Paulo (Lei 15.953 de 2014), nos distritos de Parelheiros e Marsilac; a lei de incentivo às comunidades de samba em SP (Lei 16.874 de 2018), e a Lei do Artista de Rua (15.776 de 2013).
