HÁ 50 ANOS | A solução para salvar a Guarapiranga está na página 2

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No dia 28 de janeiro de 1972, a Gazeta de Santo Amaro publicou como destaque a notícia “A solução para salvar a Guarapiranga está na página 2”.

“As providências adotadas para impedir a poluição das águas das represas de Guarapiranga e Billings foram examinadas dia 20 na reunião quinzenal no Grupo de Setores de Obras e Serviços, realizada na Subprefeitura de Santo Amaro.

Participaram o subprefeito de Santo Amaro, Mauro Arruda, o coordenador do órgão, José Celestino Bourroul e representantes do fundo Estadual de Saneamento Básico, da Superintendências de Águas e Esgotos da Capital, da Companhia Metropolitana de Águas, Light, Companhia Telefônica Brasileira, Companhia Municipal de Gás Companhia Metropolitana de Saneamento de São Paulo, do Grupo Executivo de Planejamento – GEP, das Administrações Regionais, além dos prefeitos de Embu, Embu-guaçu e Itapecerica.

AS PROVIDÊNCIAS

O engenheiro José Celeste Bourroul informou que o prefeito determinou às empreiteiras de obras na área das represas que adiantasse as providências contra a poluição das águas, para evitar o agravamento dos problemas já existentes.

A região, segundo o Subprefeito de Santo Amaro, tem alguns focos de poluição perigosos, principalmente entre a estrada de Guarapiranga e a margem da represa, onde foram constatados de 40 a 50 loteamentos clandestinos, e na Cidade Dutra, Rio Bonito e Cidade Campo.

Todo esforço da fiscalização determinada pelo prefeito Figueiredo Ferraz concentra-se nesses focos. A prefeitura está embargando todos os loteamentos clandestinos, mas – segundo o Subprefeito de Santo Amaro – para que este trabalho fosse feito com a máxima eficiência seria preciso a criação de um órgão especial que funcionasse com reforço policial e com sede na própria área da represa. Para o subprefeito, a solução para impedir a poluição das águas, a longo prazo, é a construção de interceptadores sanitários.

CONTROLE

Os representantes do FESB, que controla a poluição das águas em todo o Estado, anunciou terem sido retiradas todas as indústrias que ofereciam perigo para as águas da represa.

Esclareceu, no entanto, que só o plano de zoneamento do GEP, que a Câmara Municipal examinará em março, trará a solução definitiva, definindo a política de ocupação da área. Disse também que a qualidade das águas das represas ainda é boa, segundo pesquisas feitas recentemente.

Ficou também estabelecido que a SANESP, obedecendo o zoneamento do GEP, construirá interceptadores de esgotos e usará de todas as alternativas para impedir que as cargas poluidoras cheguem aos mananciais.

Para o representante da Light, uma das causas principais da poluição das represas decorre da decomposição de detritos em suas margens. Por isso, fez um apelo ao Ministério das Minas e Energia para que seja modificado o Ato de Lavra, que autoriza a exploração mineral das margens dos rios e lagos. A modificação deveria proibir que o material não aproveitado na exploração seja jogado na água, pois contém grandes cargas poluidora.

Por sugestão do engenheiro Celestino Bourroul,  foi criada uma comissão para estudar esse aspecto do problema e leva-lo às autoridades federais. O encaminhamento dessa providência deverá ser examinado na próxima reunião quinzenal marcada para 1º de fevereiro.”


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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